sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Espiritualidade de todos nós 2 : Responsabilidade - Cultura - Gente

Responsabilidade
A Natureza não pensa. Ao menos não como nós, seres humanos. Já nos animais irracionais, há somente um instinto sensível e de percepção da realidade. Mas nós, nós pensamos, e podemos pensar bastante. 
Pensando. Todos os animais e seres vivos, bem como todo céu e terra e mar – dependem muito de nós. Não somos mais fortes e nem controlamos a Natureza. Mas, o cotidiano da existência de tudo que vive e que há no mundo, permanece debaixo de nossas ações e decisões. Às vezes até podemos pensar, mas demoramos ou refletimos pouco tempo quando o assunto é a natureza de todos nós. E as consequências nos atingem. Mesmo que as análises científicas sobrea degradação do meio ambiente e do efeito estufa sejam exageradas – as consequências nos atingem. Dia a dia, semana a semana.
Espíritos racionais como nós, vivendo num corpo físico em um mundo bastante material – precisam assumir a Responsabilidade sobre este mundo. A natureza. A irresponsabilidade natural não apenas nos cobra um dever e nos deixa uma culpa – como um vazio desconhecido.  Mais do que isto. Permanecemos espiritualmente imaturos senão assumimos nossa capacidade gerencial do planeta. Assumir a vida que acontece, vida de todos nós. A irresponsabilidade nesta área da Espiritualidade traz insatisfação interior e nos mantém tolos exteriormente. Não se vive bem assim. Não se vive bem sem Espiritualidade que cuida da Natureza.


A Cultura
A cultura é tudo que criamos a partir da natureza. Recebemos a natureza e formamos uma cultura. Projetamos e desenvolvemos muitas coisas e utensílios a partir do material natural que nos cerca. O trabalho que temos sob nossa responsabilidade deve ser também o prazer da oportunidade em criar e gerar cultura. Trabalho e também prazer que são exclusivamente nossos.
Há o trabalho agrícola e científico, operoso ou mental. Trabalho é trabalho. Talvez a segunda-feira se transforme em oportunidade de vida ao invés de canseira existencial, se a olharmos como momento de Espiritualidade – também. O descanso ajuda muito. Saber que trabalho é cultura ajuda mais ainda.
Mas o melhor é descobrir que nós criamos a cultura – inclusive o trabalho. E neste momento o espírito dentro do nosso corpo vivendo física-espiritualmente neste mundo natural, irá acordar e fazer acontecer. Vida. Vida melhor e mais rica, colorida e sonora, visível e necessária, inteligente e surpreendente. Somente como a cultura pode ser. Vide os Beatles. Ou então, um pomar.
É preciso raciocinar e acrescentar à existência de todos nós a oportunidade de fazer cultura. De segunda a segunda. É esta a pessoa que somos. É assim que vivemos. Cuidemos de aprovar e aproveitar o que nos é possível inventar, e criar. Homens culturais, inclusive trabalhando, são seres Espirituais. E a Espiritualidade é vida.

Gente como a gente
Nenhum homem é uma ilha. A não ser que o seja percebendo outros se achegando e afastando, como as marés que avançam sobre a terra, mas pra constante contato. Pois, sem dúvida, não há Espiritualidade saudável ou real, sem o outro. Sem gente. Não que seja fácil. Mas é necessário. Assim como sair da atividade para o descanso, e assim como escapar do sofá para a natureza – também afastar a solidão pra encontrar o próximo: é essencial.
Essencialmente humano. Portanto, espiritualidade de todos nós.
Não há ânimo ou motivação – nem realização, se não nos relacionarmos com outros humanos. Gente com corpo físico e espírito junto, igual a nós. A sua Espiritualidade não pode prescindir da humanidade. Nem da presença, pois não há vida na constante ausência, mas sim, na perseverança da aproximação. Não apenas para se esquentar ou amar, mas acima de tudo, pra conviver, existir.
Desde a família e parentes, até os colegas da cultura trabalhista e os vizinhos – e importante, os desconhecidos sociais da correria do dia a dia. Não há ninguém que não nos interesse – espiritualmente falando. Não que seja fácil. Mas é necessário. Eis o aprendizado espiritual.

Deixar de ver o outro e não planejar dele se aproximar, se tornará grave engano espiritual à humanidade – com um vazio permanente em nós. Engano que irá nos absorver. Não pra viver. Pelo contrário. Lembre: Espiritualidade é gente como a gente, com a gente. 

domingo, 21 de julho de 2013

A Espiritualidade de todos nós: Racionais - Descanso - Sociais


Somos racionais
Os seres humanos são pessoas que sabem que existem, e se preocupam com isto. Uma preocupação que já revela que somos racionais, pois conscientes de que existimos. São estes os momentos em que lembramos o que vivemos ontem, tentando organizar a vida de hoje, já olhando de relance para o que viveremos amanhã. Enfim, temos consciência de que existimos e, tomara, percebemos que muito mais gente existe deste jeito, assim como nós. 
E reconhecer nossa racionalidade é o primeiro degrau da escadaria saudável da Espiritualidade. Começamos a enxergar quem e o que somos. Gente. Pessoas humanas, racionais, com pensamentos e sentimentos diversos. Vivendo cada instante, de dentro pra fora, e tudo a partir de um corpo físico – que carrega em si muito mais que simplesmente o “físico”. Tomar consciência de quem somos. Eis a primeira verdade e valor da Espiritualidade.
A segunda compreensão – fundamental, é saber que agora que existimos, precisamos prestar atenção para o “como” podemos bem existir. Isto passa pelo entendimento de que nossa vida como pessoas que pensam e sentem, acontece, absolutamente - fisicamente. Portanto, não há vida espiritual sem que cuidemos da vida “física”, tanto de nosso corpo e também do meio ambiente – o planeta. Pois ninguém vai existir sem o “físico”- sem corpo e sem o mundo.
É preciso racionalmente tomar consciência e conscientemente assumir o controle e direção desta nossa realidade existencial fundamental: vivemos “em” um corpo físico e “dentro” de um planeta igualmente material. Portanto, não há Espiritualidade que amadureça sem a compreensão e valor devidos ao corpo e mundo físicos, essenciais a todos nós.
A Espiritualidade da humanidade aparece quando a racionalidade que nos dá consciência da existência – consegue ensinar primeiro, que só existimos espiritualmente, se a vivenciamos fisicamente. Não há espiritualidade saudável, nem razoável sem esta compreensão.



O Descanso
Existimos como pessoas quando vivemos nossa vida mental e emocional fisicamente. E desde sempre eu, você e todos que conhecemos aguardam a chegada do fim de semana – este tempo de descanso “físico” a cada sete dias. Mesmo quando não ocorre aos sábados e domingos, ainda notamos que, de um jeito ou de outro, todos procuramos parar as atividades ao menos uma vez na semana.
Mesmo sem identificar a origem desta “parada semanal”, e mesmo pensando que é mais parte da cultura do que de nossa essência como pessoas, aguardamos - e bem aproveitamos o descanso semanal que todos conhecemos. E faz uma diferença.
Você já tentou trabalhar ou estudar – mantendo atividades sem descanso, por mais de 7 ou até 10 dias? E acima deste tempo, uns 15 dias ou mais? Assim como nos é comum acordar ou somente despertar no mesmo horário dia a dia, mesmo que seja sábado ou domingo; sabemos que após o almoço ou no meio da tarde, surge a necessidade de cochilar ou dormir por, ao menos, umas duas horas. É o “descanso” físico-mental básico que a semana dias vividos exige. Não há como escapar. Uma nova semana que inicia sem um dia de descanso no meio dela irá cobrar de todos nós uma desatenção e desinteresse que tem nome: cansaço existencial. Não somente corporal, pois as emoções e pensamentos caminham junto com o físico nosso de cada dia.
O que importa é perceber que esta “freada” de atividades é uma orientação que tanto reconhece quanto respeita, a nossa espiritualidade. Pois ainda que seja possível manter a saúde física fortalecida através de remédios e treino, isto não nos fornece uma saúde integral – mente, corpo e sentimentos em equilíbrio e saudáveis. Isto ocorre porque a nossa “pessoa” inteira não existe somente fisicamente.  E aqui entra a Espiritualidade – a realidade de que somos pessoas com corpo e alma, exterior e interior, um ser único, que não existe somente num aspecto. Ou vivemos integralmente, ou não vivemos. Daí a necessidade do descanso existencial, que nos trata como seres espirituais – nem somente físico e nem somente sentimentos.
O descanso semanal ensina que somos mais do que enxergamos. O valor da Espiritualidade apresenta e representa um ser mais completo do que imaginamos, e por isso chega mais perto de bem cuidar da nossa vida. Ou cuidamos inteiramente de quem somos ou não cuidamos realmente de nós mesmos.
Bom descanso.



Somos naturais e sociais
Desenvolver uma existência espiritual ou viver a vida com Espiritualidade requer agir racionalmente. O primeiro raciocínio é perceber que existimos, sentindo e pensando num corpo físico. Só lembrando. Somos assim. Nem anjos pensantes sem corpo, nem mulas com corpo sem entendimento. Somos seres humanos – emoções e reflexões que vivem corporalmente. Saber disto é o passo primeiro para viver a vida com Espiritualidade.
Como vivemos tudo que somos fisicamente, quando o corpo não descansa, a mente e os sentimentos sucumbem. E o contrário também. Somos seres espirituais. Tudo junto existindo agora. Portanto, viver a partir da Espiritualidade é também, descansar. Bom descanso.
Descansar espiritualmente é um ato que envolve a natureza física que nos permite viver – este planeta; e as pessoas físico-sentimentais-pensantes que também nos permitem viver. Dependemos de ambos – pra viver. Por isso, direcionar nossa vida a partir da Espiritualidade é acrescer ao nosso cotidiano um descanso existencial semanal que requer aproximação com a natureza e, também com as pessoas. Eis uma Espiritualidade saudável e acessível – e necessária a todos nós.

Um descanso semanal solitário e individualista, e grandemente tecnológico – haja TV, nos afasta tanto da natureza quanto das pessoas. Mas, viver a partir da Espiritualidade exige descansar junto ao planeta terra e aos seres humanos de plantão. Afinal, somos seres naturais e sociais. Física e emocionalmente estamos entrelaçados ao planeta e ao próximo. Ou descansamos cuidando da essência da pessoa que somos ou não há Espiritualidade que aguente. É preciso sair ao mundo e ir ao próximo.