domingo, 25 de novembro de 2012

Se gritar pega ladrão... e a Graça de Jesus

   A antiga canção que entoava, "se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão, se gritar pega ladrão, ooôh, não fica um"; em muito pode nos ajudar a compreender a Graça de Deus que está em Jesus.
   Um olhar atento e verdadeiro ao anúncio do pecado conforme o sermão do monte de Jesus, que está no evangelho de Mateus capítulos 5 a 7, nos leva à verdade do tema da canção popular. Só nos resta mudar o refrão: "se gritar pega pecador, não fica um meu irmão; se gritar pecador... oooôhh...
   É verdaade, como diria a apresentadora da tv; e é mesmo. Pois, ao apresentar os pecados que nos tornam distantes de Deus, Jesus vai direto aos pontos, apresentando claramente os sentimentos e atitudes, situação de vida e valores que são a essência de quem somos no dia a dia. Somos pecadores!
   Logo no capítulo 5, verso 21 em diante, descobrimos que são ladrões, digo pecadores, os que ficam irados contra os irmãos e que os insultam em razão disso. Segue depois, que aqueles que olham para as mulheres com cobiça em seus corações, já adulteraram com elas, cometendo o pecado do sexto mandamento. Quanto ao divórcio, todo aquele que está divorciado, exceto em razão de traição sexual, em pecado de divórcio está. Aprendemos ainda, que todas as afirmações dúbias e complexas que fazemos no dia a dia, a fim de confundir as pessoas no engano de nossas atitudes e atos, escapando de assumir os maus pecadores que somos, também pecado são. Seja o nosso sim, sim e, o nosso não, que seja não. O que passar disso vem do Maligno, ensina Jesus. Não devemos resistir à situação de humilhação e dificuldade, mas permanecer junto ao que nos maltrata; quem sabe por mais uns 3 km. E o amor e a bondade que Deus tanto quer nos dar pra sentir perante as pessoas - pois só se sente amor perante o próximo, né; trata-se de um amor que, primeiramente, só não será pecado, mas sim virtude e vontade de Deus, se for para com os inimigos. Ai, ai, ai.
   Enfim, à luz dos ensinos de Jesus sobre quem somos e quais são nossos pecados; descobrimos que para toda a humanidade, se alguém gritar: "pega pecador...", não vai sobrar nenhum, meu "irmão". Seja a ira e o insulto, o adultério e o divórcio, as palavras dúbias e o engano, o orgulho e egoísmo, ou a bondade somente aos que nos fazem o bem, quando só amamos pra amor também receber. Todos estes atos, enfim, são pecados. E os praticantes, pecadores. Não há outro diagnóstico.
   Pecados nossos que fazem separação entre nós e Deus; e que são, certamente, sentimentos e atitudes constantes e até situações existenciais imutáveis de todos nós. Se a partir deles Deus gritar: pecadooôoor... Não fica um. Fui!
   Mas é aí que Deus envia Jesus - pra levar nossos pecados e nos oferecer o jeitão justo de Jesus viver junto do Altíssimo Deus. É a Graça de Deus aos homens, oferecida em Jesus, possibilitando que todos nós - os que cremos, ainda que constantemente pecadores, aproximemo-nos de Deus e ali bem perto fiquemos.
   É por isso que a primeira das bem-aventuranças é exatamente a pobreza de espírito. Reconhecer nossa miséria é o passo primeiro que nos permitirá receber as graças necessárias de Jesus para que sejamos, então, enriquecidos. Pois a Graça de Jesus é uma oferta para os desgraçados, miseráveis, pecadores, maus e falhos, ruins mesmo. Mas é Graça que somente se alcança quando se crê!
   E crer, no cristianismo, é, primeiro, se arrepender!
   O primeiro arrependimento é exatamente o tratamento mor do tema deste texto todo: o fato de que, somos todos, pecadores. Portanto, o primeiro e constante, contínuo e habitual, costumeiro e permanente arrependimento do pecador - é o arrependimento de ser "um rebelde em essência" diante de Deus.
   Não somos a favor, somos contra Deus. Assim nascemos e fomos concebidos. Arrependei-vos, portanto, da maneira como ora existem. Façam-se humildes de coração e pobres de espírito, a fim de que Deus os enriqueça em Jesus com virtudes e dádivas existenciais divinas.
   A primeira virtude é também o primeiro mandamento do cristão: Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o Reino dos céus. Os arrependimentos subsequentes que irão gerar virtudes de vida, acompanham a perspectiva humilde humilhante da primeira: bem aventurados os que choram (ao pecar) e também os humildes; os que tem sede de justiça e os misericordiosos (ao próximo); os puros de coração e os pacificadores; e, especialmente, bem aventurados os perseguidos por causa do evangelho. É isto!
   Os sentimentos e atitudes do cristão que vai nascendo no corpo e vida de todos nós, humanos pecadores, estão aqui mui bem descritos por Jesus, a fim de que não exista dúvida acerca da necessidade de deixarmos de seguir a nós mesmos (e ao maligno); buscando, realmente, andar agora perto do Altíssimo e único Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
   Conclusão: "somos" todos pecadores. Alguns pecados aparecem de vez em quando e outros são situações habituais e imutáveis de nossa vida. Mas, somos todos pecadores. Diante da santidade e perfeição da vida de Deus, não há como permanecer engano sobre nossa distinção existencial. A morte é o único destino dos que separados de Deus vivem. Portanto, não invente, nem tente, não vai dar  pra encontrar Deus de um jeito diferente.
   Mas, sempre é possível encontrar Deus, na Graça de Jesus. Aliás, o único caminho, verdade e vida.
   A Graça de Jesus é um movimento de Deus que nos alcança enquanto somos e permanecemos pecadores - com todos estes pecados aí encima descritos. Somos todos pecadores. Porém, a Graça de Jesus "supera" a abundância dos pecados e nos leva pra perto de Deus. Aliás, não somente perto, mas pra viver junto d´Ele, no Espírito Santo. Maravilha.
   Agora então, junto do Espírito; nós pecadores iremos vivenciar novos tempos, a fim de irmos nos transformando em busca de uma renovação existencial. Os pecados vão sendo rejeitados e apagados e o Espírito vai santificando-nos. Eis a salvação, dos cristãos. Aqueles que creem!
   Creem no que?
   Que são pecadores. Que estão distantes de Deus. Que precisam se arrepender do jeito como são e vivem. Que precisam buscar a Deus. Que precisam ficar perto de Deus. E que, então, conhecerão a Deus - quando viverem junto d´Ele; o que só ocorre quando vivem "como" Ele. Afinal!
   Eis o projeto da Graça. Agora, pois, assuma a Graça. Envolva-se com Jesus. Encontre Deus.
   Reflexão: quanto aos cristãos líderes que são mais parecidos com os versículos 21 a 48 do capítulo 5 de Mateus, e pouco parecidos são com os versículos 3 a 12 do mesmo Mateus - acautelai-vos deles! Vide Mateus 7. 15 - 23.
   Conclusão graciosa: Assuma sua pecaminosidade. Invoque a Graça de Jesus. Aproxime-se de Deus... e Deus se aproximará de você. Submeta-se ao Senhor, e até o Maligno fugirá de vós.
   E se alguém gritar: Pega! Pega pecador.
   Não fuja. Apresente-se - humildemente, em nome de Jesus! Pois não há outro. Não há outro nome mesmo em quem possamos ser salvos! Mas neste, somos! É a Graça de Deus que está em Jesus - mas só para os pecadores, hein.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Evangelismo Calvinista



A doutrina calvinista da Soberania de Deus se apresenta em nosso cotidiano, também através da Providência divina, que pela Graça comum capacita a humanidade a gerar uma cultura para beneficiar a existência humana na terra. O reconhecimento deste governo divino na história enquanto origem potencial de edificação da cultura humana, oportuniza a compreensão de um debate de "aproximação" esclarecedor à Verdade de Jesus a partir da idolatria de todos. 

“O Calvinismo reconhece Deus no mundo: (...) colocando-se perante a face de Deus, ele tem honrado não apenas o homem por causa de sua semelhança à imagem divina, mas também o mundo como uma criação divina. Ao mesmo tempo o Calvinismo tem dado proeminência ao grande princípio de que há uma graça particular que opera a salvação e também uma graça comum pela qual Deus, mantendo a vida do mundo, suaviza a maldição que repousa sobre ele, suspende seu processo de corrupção, e assim permite o desenvolvimento de nossa vida sem obstáculos, na qual glorifica-se a Deus como criador.” (Abraham Kuyper, Calvinismo, editora cultura cristã, páginas 38, 39)

A afirmação de que a origem da criação e também do homem e sua cultura está em Deus, implica um olhar e relacionamento entre o cristão e o mundo terreno que é distinto da usual separação santo – maldito ou, religioso – secular que nos apresenta a perspectiva romana e evangélica comuns.

No livro, Calvino e sua influência no mundo ocidental (Cultura Cristã), explica Knudsen: "(...) para Calvino, diferentemente do que ocorria com outros líderes da Reforma, não existe dicotomia básica entre o Evangelho e o mundo, entre o Evangelho e a cultura...” (o Calvinismo como uma força cultural, artigo). Conclue, ainda, Kuyper: “(...) E para nossa relação com o mundo: o reconhecimento que no mundo inteiro a maldição é restringida pela graça, que a vida no mundo deve ser honrada em sua independência, e que devemos, em cada campo, descobrir os tesouros e desenvolver as potências ocultas por Deus na natureza e na vida humana.” (Calvinismo, p 40)

Pensando pra evangelizar, podemos refletir que o mundo dos homens não deve ser já declarado condenado pelo pecado que nele há; nem também a cultura que nele revela o agir humano deve ser afirmada inicialmente maldita. Isto porque nem o mundo  criado por Deus e nem a cultura gerada pelo homem, originaram do pecado.

Ao contrário, a natureza e a capacidade do homem de existir e gerar cultura tem origem na “mão” de Deus. A partir deste princípio é possível afirmar que até a busca do religioso e as construções humanas de relacionamento místico tem base original na Pessoa de Deus Pai. Pois a capacidade do homem de empreender artes e conhecimentos, ainda que em direções contrárias a Deus, não deixa de ser um dom comunitário divino à humanidade. Calvino: “Sabemos, sem nenhuma dúvida, que no espírito humano há, por inclinação natural, certo senso da Divindade (...) Até a idolatria no serve de grande argumento em favor desta ideia. Porque sabemos quanto o homem tem se humilhado, contra si mesmo, e em seu detrimento tem prestado honra a outras criaturas (...) Logo, os próprios ímpios nos servem de exemplo de que algum conhecimento sobre Deus existe universalmente no coração dos homens.” (Institutas, vol 1 cap 1, o conhecimento de Deus, p 57 – 59)

Portanto, os princípios doutrinários calvinistas da Soberania de Deus – Providência divina – Graça Comum, direcionam a reflexão e o desenvolvimento pela Igreja de Jesus de um evangelismo natural e espontâneo; pois evangelismo que relaciona a cultura do homem àquele que a criou, Deus Pai. A espontaneidade e naturalidade estão no fato de que o “evangelismo” deverá integrar e aproximar o homem a Deus, servindo-se exatamente das obras da cultura humana. Pois, ainda que observadas distantes e contrárias a Ele, permanecem um potencial divino dado à existência humana na Terra.
Esta surpreendente integração da cultura humana, até idólatra, à verdade revelada que afirma ser Deus o senhor de toda existência humana, surge em análise da missão paulina na Atenas do primeiro século. (Atos 17) Neste texto acompanhamos o evangelista Lucas apresentar o relato dos diálogos que foram base do anúncio do evangelho de Jesus aos homens naquela localidade idólatra.
Neste propósito, Iniciamos meditação acerca do evangelismo em Atenas percebendo como o apóstolo, prontamente se dirige ao centro urbano repleto de deuses, para vê-los tanto em locais públicos e comerciais como ainda em santuários diversos. Logo depois está envolvido em bate papo diário com os supersticiosos e religiosos múltiplos, a fim de aprofundar-se nas novidades. Desenvolve, mais tarde, relacionamento com os que só desejam a felicidade sensual ou junto dos que acreditam na mãe natureza e num deus que se confunde com a criação.

Ainda junto a Paulo, aproveitamos pra conhecer os fiscais de ensino das novas religiões, e isto lá no centro de debates alternativos idólatras, o areópago. E lá mesmo observamos o anúncio que faz acerca de Deus Pai, citando-o a partir de existência conjunta no altar dos doze deuses, aproveitando pra direcionar ao Senhor de Israel os louvores a zeus, conforme cantavam os poetas gregos Epimênides e Arato.
Nesta breve análise, devemos reconhecer que a prática evangelística do Apóstolo Paulo não se permite governar a partir do princípio que pressupõe a condenação da cultura do homem, como pressuposto de valorização da cultura do evangelho. Distintamente, pode-se propor um diálogo que bem relaciona a cultura existente à sua origem e propósito. Tal princípio notamos na experiência paulina em Atenas, posto que o raciocínio do apóstolo apresenta o evangelho integrando-o à cultura humana, exatamente afirmando que a origem desta tanto está em Deus quanto debaixo de seu governo permanece; mesmo quando a enxergamos já mui corrompida.  

Finalmente, como o propósito do Evangelho de Jesus é restauração de tudo que há e salvação de todo que crê, é preciso concluir o processo relacional de aproximação entre cultura do homem e o propósito original de Deus.

Assim esclarece Knudsen (p 14) quando expõe o entendimento calvinista:  “ (...) ao mesmo tempo, ele (Calvino) não aceitava simplesmente, sem critica, as realizações do gênio humano. Sua atitude exigia que tais realizações fossem analisadas quanto às razões que as inspiravam, pois deviam estar sujeitas aos preceitos de Cristo.” Calvino: “Ora, se todos nós nascemos com este propósito de conhecer a Deus (...) ficará manifesto que os que não dirigem a essa meta todas as cogitações e ações de sua vida declinarão e serão abatidos da ordem da criação. Isso não foi ignorado nem pelos filósofos, pois outra coisa não entendeu Platão, tendo ele ensinado muitas vezes que o supremo bem da alma é a semelhança com Deus (..) Igualmente Grilo argumenta com grande sabedoria em Plutarco, afirmando que se a religião fosse eliminada da vida dos homens, eles não somente deixariam de ter qualquer excelência acima dos animais irracionais, mas também de muitas maneiras viriam a ser muito mais miseráveis.” (Institutas, p 62)

E nesta busca do propósito reto que somente a redenção divina promete e alcança, Paulo esclareceu aos estoicos que o Deus de Israel não era mãe natureza, mas sim, o Criador de tudo que existe. Também anunciou, tanto aos estoicos que concebiam um deus criador e ora ocioso, quanto aos epicureus que viam a vida e destino enquanto obra do acaso; que foi Deus Pai mesmo quem planejou e agora governa os tempos e lugares da existência da humanidade. Para que em tempo oportuno sejam por Jesus, encontrados, “bem que não está longe de cada um de nós”, diz Paulo.

E conforme a pastoral tradução bíblica de Eugene Peterson: “o desconhecido é agora conhecido e está pedindo uma mudança radical de vida. Ele estabeleceu um dia em que toda a raça humana será julgada, e tudo será acertado. Também já indicou o juiz, confirmando-o diante de todos quando o ressuscitou dos mortos.” (Atos 17.31)

Enfim, o estudo do evangelismo ministrado por Paulo e o conhecimento das calvinistas doutrinas apresentadas, indicam-nos um princípio de anúncio do evangelho que precisa se unir aos outros, também bíblicos que já conhecemos.

A postura do apóstolo Paulo ao anunciar o evangelho integrando-o à cultura humana sob os auspícios do agir Soberano do Deus Criador, propõe uma palavra de redenção pela aproximação ao invés de palavra de condenação pelo desprezo.

     É preciso reconhecer que sentimentos e valores, atos e conhecimentos do homem, sua cultura neste mundo - mesmo que ora contrários a Deus, também d´Ele surgiram enquanto possibilidade e potencia. Esta verdade acerca de toda vida que há na terra é fundamento, tanto de absoluta humildade a todos os homens, quanto de um evangelismo mais espontâneo e natural; pois o anúncio da redenção irá indicar prontamente um retorno do que ora somos ao que originalmente éramos: filhos de Deus Pai!
Foi este o evangelismo de Deus Pai enviando Jesus ao planeta dos homens e igualmente o evangelismo do apóstolo Paulo visitando Atenas da Grécia. E até João Calvino percebeu, tanto que a complexa, mas didática doutrina da Soberania de Deus ele concebeu; orientando-nos a partir do conhecimento da providência divina e graça comum dada aos homens, como tudo que há e existe está mais perto do Senhor do Universo do que ora cremos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O Dia de Ação de Graças


O Dia mundial de Ação de Graças é o feriado mais importante dos Estados Unidos da América, abrindo os festejos do Natal através de reuniões familiares com o propósito de celebrar as conquistas de mais um ano de existência da nação.
A primeira celebração de gratidão a Deus pela providência divina ocorreu em 1621, na cidade de Plymouth, Massachusetts, em festa da colheita do outono que uniu os colonos ingleses aos índios da tribo Wampanoag – os quais, felizes pelo convite, levaram alimentos em gratidão aos peregrinos. 
Os migrantes ingleses chegaram à América no ano de 1620, em número aproximado de 110 colonos, sendo que pouco mais da metade sobreviveu ao primeiro inverno rigoroso. Após as dificuldades da colheita do primeiro ano os peregrinos protestantes conquistaram boa safra no ano seguinte, verão de 1621, contando com a ajuda agrícola dos indígenas locais. A liderança da comunidade orientou assim uma celebração em gratidão a Deus, originando a partir daí o Dia de Ação de Graças – Thanksgiving Day. Celebração que se repetiu nos anos seguintes, tornando-se igualmente comum em outras colônias da região. O presidente George Washington declarou o dia 26 de novembro como Dia nacional de Ação de Graças e, em 1863, o presidente Lincoln ordenou a festa para a última quinta-f do mês; até que o Congresso dos Estados Unidos da América determinou a criação do feriado nacional a ser comemorado sempre na quarta quinta-f do mês de novembro.
É preciso recordar que festivais de colheita eram tradicionais no mundo conhecido à época e desde sempre os cidadãos do leste europeu festejavam nestes moldes suas datas especiais. Os cidadãos do Reino Unido celebravam boas colheitas de trigo, cancelando a festa em tempos ruins. Em meio a este contexto, os protestantes ingleses desenvolveram o costume de organizar datas específicas de gratidão a Deus por bênçãos recebidas, normalmente em tempos de crise e logo ao chegar de dias melhores. Inicialmente celebrações comunitárias, estas festividades do outono na Inglaterra traziam consigo o hábito da entrega de cestas cheias de alimentos a fim de simbolizar a fartura das colheitas recebidas.
Hoje em dia os norte-americanos aproveitam o feriado para reunir familiares e amigos, a fim de celebrar com pratos típicos mais um ano de conquistas, a partir, principalmente da Ceia do peru; sendo que no ano de 2001, quase 90 milhões foram ceados nos USA.
Dentro deste contexto histórico, é comum aos norte-americanos festejar o Dia de Ação de Graças recordando em orações os peregrinos que iniciaram a celebração na América. Trata-se do grupo de protestantes conservadores calvinistas ingleses – os puritanos, em boa parte agricultores que deixaram a Europa devido à cultura considerada mui deturpada; indo em busca de criar na América uma sociedade pautada somente em preceitos das Escrituras.
Esta celebração de origem cristã a partir de solo norte-americano é festejada em todo o mundo como oportunidade internacional de gratidão, sendo também o momento de voltar-se a Deus enquanto doador da vida e ao próximo pela amizade e fraternidade. Este internacional Dia de Ação de Graças foi instituído em nosso país pelo presidente Gaspar Dutra no ano de 1949, por sugestão do embaixador Joaquim Nabuco; tornando-se uma data festiva especialmente nas igrejas e universidades confessionais, além de famílias de origem norte-americana.
Os cristãos, protestantes ou não, precisam melhor conhecer esta festa e mais apropriadamente festeja-la, posto que o antigo Israel de Deus tornou-se conhecido pelo entusiasmo e temor com que celebrava perante o Senhor as bênçãos constantemente recebidas da mão divina. O anúncio ousado e público afirmando o cuidado constante de Deus sobre a vida dos homens na Terra cabe mais aos cristãos do que a outrem.  
Bem sabemos que o Deus Pai soberano governa pela sua Providência as nossas vidas, ofertando-nos tudo que precisamos e ainda, no tempo devido e necessário: “Portanto, sempre que falamos de Deus como o Criador do céu e da terra, lembremo-nos que Ele retém o domínio de todas as obras das Suas mãos, e que nós somos Seus filhos, os quais Ele se empenhou em nutrir, sustentar e proteger.” (João Calvino, As Institutas da Religião Cristã)
A partir desta realidade do Governo bondoso do Senhor sobre nós na história, voltamo-nos a Ele com gratidão e louvores em celebrações e festejos e, neste propósito, o Dia de Ação de Graças é oportunidade ímpar – Bendito seja o nome do Senhor!
Essencialmente, uma reflexão fundamental aos cristãos assim que buscam Ações de Graças apropriadas a Deus, surge da percepção que o maior ato de gratidão esta exatamente em uma integral consagração como servos do Senhor Jesus. Precisa ser uma entrega em espírito e em verdade – com o lado de dentro. É preciso amar a Deus de todo coração – sentimento; de toda alma – vontades e interesse e, de todo entendimento – nosso pensar e imaginar. Tudo que somos, enfim, precisa “ser” de Deus.
Eis a perfeita atitude de “ação de graças” dos homens para com Deus. Nada mais e também, nada menos do que a convocação paulina em Romanos 12.1: “Ofereçam-se a Deus como um sacrifício vivo...”. O motivo para que todos nos tornemos propriedade de Deus é a inigualável misericórdia do Senhor do Universo, que fez recair a nossa morte sobre Cristo a fim de que pudéssemos receber d´Ele a Vida Eterna. Aleluia!
Eis o verdadeiro culto racional e inteligente, pois ao assumir o senhorio de Jesus sobre tudo que fazemos de segunda a segunda, podemos viver integralmente a vida completa que o Senhor nos provê - dádiva mor aos que creem. E assim nascem os cristãos, pois tornam-se seres de Deus em amor, pois a partir do reconhecimento grato das bondades recebidas. 
Em tempo: consagre-se mais a Deus. Viva sua vida semanal perante Ele. Seja, enfim, um bom cristão de Deus Pai – o verdadeiro doador de toda a Vida...  atual e eterna. E feliz Dia de Ação de Graças! 


Fontes:
thanksgivinday – o dia de ação de graças. 

sábado, 3 de novembro de 2012

Ser Igreja - O Maior no Reino dos Céus

     O capítulo 18 de Mateus ensina uma só mensagem. Aliás, prestando boa atenção aos evangelhos, parece que somente uma leitura integral dos mesmos trará bom entendimento. Mas, não vamos complicar. Então, meditemos: o maior neste reinado de Jesus que avança pela terra como fermento a dominar o bolo dentro do forno, precisa antes, entrar no Reino. E aí, pra isto ocorrer, precisa agir como uma criança. Dependente e crente, confiante e entregue, grata e satisfeita pelo convite pra tomar sorvete numa tarde quente de verão.

     E logo após entrar, poderá, enfim, buscar seu lugar entre os maiorais.  Os maiorais são os que não somente agem como crianças diante do Pai, mas, tornam-se humildes como servos. Humildade como aquela de Jesus, que mesmo sendo Deus, não levou em conta este fato e fez-se homem e, depois, escravo dos homens. Eis a diferença dos reinos e a diferença dos maiorais dos reinos. Pois os maiorais de Jesus não são como os maiorais dos reinos sem Jesus, sejam impérios romanos ou norte-americanos. Não mesmo! Pois não irão dominar sobre seus pequenos, nem deles dispor sem atentar para o que fazem e acontecem encima deles. Enfim, os maiorais no governo dos humanos de Jesus são os que se dispõe ao sacrifício pessoal, a fim de que jamais atrapalhem ou desorientem os pequeninos do Reino. Cuidam para não ferir a consciência deles, como bem lhes avisou o mestre.

     Ai daqueles por quem entram os pecados na igreja - e pior, afastando e mal acostumando os pequeninos aprendizes de Jesus. Cuidado, não desprezem nenhuma das crianças de Deus. Ao contrário, vão em busca delas, onde e como estiverem. Por isso mesmo, após entrar no império do seu amor e também buscar um lugar entre seus maiorais, os seguidores de Jesus precisam, agora, treinar e amadurecer... na humildade - o valor maior dos maiorais daquele que é o maior. São chamados a buscar os afastados e perdidos, os desenganados e desprezados, os julgados e condenados - especialmente aqueles sobre quem a justiça foi feita com correção e verdade. É sério. Isto porque, os maiorais do reino de Jesus precisam, vez ou outra, servir-se da humildade dos espirituais pra avisar aos pecadores os seus pecados. Devem procura-los e avisar do pecado. E aí, se ouvidos forem, podem ganhar o irmão para a intensidade do Reino da verdade.

     Mas, se não forem ouvidos, então os maiorais se reúnem em dois ou três e afirmam ao pecador rebelde e desobediente que, sim, ele é considerado um pecador rebelde e desobediente diante de Deus. Afaste-se  de Deus e dos seus, avisam-no os maiorias. E o próprio Jesus confirmará a sentença, pois estará no meio dos dois ou três maiorais que cuidam - bem, do Reino. Finalizando o processo e a caminhada, os maiorais humildes do reino irão deixar as noventa e nove amizades da igreja lá na igreja, e vão atrás daqueles que, provavelmente foram afastados justamente - mas agora, são chamados a voltar. Também justamente - pela Justiça de Jesus. Isto depois de comerem o pão que o outro amassou. Mas agora, lhes será oportunizado pelos maiorais do Reino, o Pão do céu. Graça!

     Os maiorais fazem assim porque entraram no reino como crianças, aprendendo tudo de Jesus e agindo como Ele em tudo; e, também, porque são humildes o bastante pra abandonar qualquer orgulho ou honra pessoal perante os pecados e pecadores deste mundo. Principalmente até, perante os pecadores que contra eles próprios pecaram. Perdoem-nos, logo, diz o Senhor. Pois assim faz o Pai de vocês que está nos céus. O Deus Pai vive pra perdoar e se aproxima de tudo e de todos, ofertando perdão, pra ver se consegue ao menos ganhar alguns para o Reino do seu Filho. Pois o Deus Pai cuida do Reino - e as pessoas é que são o Reino! Jesus também cuida. Os maiorais de Jesus também cuidam. Eis o ensino único de Mateus 18: Cuidem do Reino de Jesus - suas pessoas!