sábado, 20 de outubro de 2012

Reforma Protestante - Doutrinas comuns

          No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero publicou as teses iniciais do que se tornaria historicamente o movimento cristão da Reforma Protestante. Junto de Lutero, igualmente Melanchton, Zuínglio, Ecolampádio, Bucer e Calvino desenvolveram as doutrinas que se tornariam o fundamento teológico do retorno do Cristianismo à Bíblia e a Jesus, o Cristo. Foi um momento maravilhoso da História!

          Desde o tema mor da Reforma - a Justificação pela Fé em Jesus para a Salvação dos crentes, os teólogos do movimento buscaram ensinar a verdade e propósito de Deus Pai para os "novos" cristãos e igrejas, no interesse de solidificar a redescoberta da Fé Cristã e igualmente sua vivência e anúncio ao mundo.

          Desde o tema da Justificação pela fé e o critério desta - a Bíblia, desenvolvendo a Oração e ainda a Pessoa de Deus: Amoroso, Trino, Santo, Onipotente, Providente e Vitorioso, meditando também acerca da Igreja de Jesus e dos Meios da Graça; os teólogos da Reforma não deixaram de anunciar o pensamento de Deus para qualquer tema ou questão que diante de seus olhos se punha. Ensinaram ao mundo tudo que Deus revela acerca de tudo que os homens vivem, e cobravam-se o desafio constante de manterem-se fiéis ao ensino inspirado das Escrituras. Ainda que certas divergências de pensamento os acompanham-se.

          O tema da autoridade da Igreja, por exemplo, obtinha tanto a visão de Lutero de existir em mãos dos chefes da igreja; quanto, também, recebia de Calvino e Bucer a perspectiva do sacerdócio universal que gera líderes democraticamente instalados. Trata-se da autoridade administrativa da Igreja, e, especificamente, uma autoridade limitada. Pois enquanto esta autoridade administrativa eclesial é uma liderança representativa dos desígnios de Deus, seja pelas mãos de teólogos, chefes de Estado ou crentes comuns, jamais foi esta autoridade pensada absolutamente - a Autoridade final e maior, única, deve ser a Palavra de Deus. Ponto.

          Especialmente, próximos de celebrar os 500 (quinhentos) anos da Reforma, cabe lembrar e anunciar os valores teológicos comuns aos Reformadores, posto que evidenciam a base de uma Igreja evangélica que tanto agrada a Deus quanto igualmente se faz eficaz no evangelismo de Jesus. Para os Reformadores, a Igreja verdadeira é a Igreja Invisível de Jesus, que se infla pelo mundo a partir do testemunho da Palavra - jamais é a igreja limitada fisicamente por nossa visível administração denominacional.

          Esta Igreja verdadeira é aquela gerada pelo Espírito, que confirma no interior das almas humanas o testemunho salvador do evangelho de Jesus. Consequente a estes fundamentos, os Reformadores uniram o testemunho dos crentes e o Ensino da Bíblia - Ministério da Palavra, a fim de preservar a Fé e resguardar real unidade ao Corpo de Cristo, a Igreja. Finalizando esta perspectiva una, temos o Amor e o Serviço ao próximo enquanto valor cristão básico, que deve gerar em todo cristão o desafio de uma atuação genérica em todo o mundo - a partir do ensino de Deus. Seja na família ou trabalho, cidadania social ou política, e ainda na comunidade religiosa, a Igreja e os cristãos existem para servir.

          Que estes excelentes valores bíblicos de unidade e serviço da verdadeira Igreja de Cristo, que um dia se tornaram valor comum aos excepcionais teólogos da Reforma, tornem-se também aos cristãos deste século iniciante, valores honrados de uma igual vivência evangélica. Que assim façamos, tanto em respeito aos Reformadores, mas, especialmente, em adoração e serviço a Deus - Pai, Filho e Espírito Santo. Feliz celebração da Reforma Protestante neste 31 de Outubro.


(fonte: Strohl, Henri - Pensamento da Reforma, Aste)



       

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