quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ser Cristão - Cidadãos cristãos ou Cristãos cidadãos



                Cidadania é o valor de inclusão do ser humano na coletividade de que faz parte, a fim de que assuma deveres comuns de cuidado e progresso moral da vida de seus iguais. Essencialmente é atuação política, pois direcionada ao bem comum construído a partir da sociedade organizada, e por isso, orienta o homem a agir enquanto cidadão nacional dentro do estado organizado. Ainda, podemos agregar à expressão “cidadania” toda e qualquer vivencia responsável do homem enquanto ser deste mundo.
                Neste amplo reconhecimento do homem como cidadão do planeta e ser moral responsável perante toda criação , olha-se a cidadania como dever moral em todo e qualquer papel relacional que temos na sociedade humana desde que nascemos. Seja inicialmente como filhos ou irmãos, e futuramente como pais, sem esquecer as básicas relações sociais escolares e parentais, a cidadania de todos nós requer o entendimento e necessidade de nossa atuação moral em toda e qualquer experiência social que constrói a sociedade dos humanos.
                Mas, e os cristãos? Qual sua cidadania primeira? A quem respondem eles moralmente em primeiro lugar – a Cristo ou aos homens? São eles, ou nós, Cidadãos cristãos ou Cristãos cidadãos?  Posto que Cristo não trouxe somente paz, mas igualmente espada ao mundo, é fundamental perceber se amamos mais a nossos pais e filhos do que a Ele, Jesus. Pois se assim for, dEle já não somos mais dignos. Ou, como bem maravilhosamente ensina Eugene Peterson: “Se me rejeitarem por preferirem o pai ou a mãe, vocês não me merecem. Se forem mais dedicados ao filho ou à filha que a mim, vocês não me merecem.” (Mateus 10.37)
                O marido cristão precisa dar o máximo de amor à esposa. A esposa cristã precisa entender e apoiar integralmente seu marido. Os filhos cristãos precisam fazer tudo que seus pais mandarem. Amém! Mas, enquanto se amam e respeitam, dão e recebem obediência, os humanos maridos e esposas, e ainda os filhos, precisam analisar qual é o valor primeiro de sua cidadania atual. Daí a reflexão: Cidadãos cristãos, já que a obediência a Cristo é determinada pelo papel moral social familiar, seja marido, esposa ou filho? Ou, diferentemente, Cristãos cidadãos, quando a obediência a Cristo abraçar primeiramente o anúncio e missão do Evangelho aos seus queridos, mais gravemente do que o amor e respeito devidos? E agora, José?
                A verdade é que iremos amar e respeitar ainda mais o cônjuge e filhos, irmãos e pais, desde que sejamos para com eles, primeiramente Cristãos e depois e rapidamente cidadãos. A responsabilidade moral do pai pelo filho e da esposa pelo marido, e vice-versa, existe até certa idade e situação – isto é fato. A responsabilidade moral de um cristão para com seu próximo, esteja ele em dificuldades terrenas ou espirituais (salvação)... é eterna!    
                Cristãos são aqueles que superam a (boa) cidadania social pela espiritual, vivendo no mundo perante seus próximos enxergando-os como "perdidos" que precisam de salvação, e não apenas enquanto filhos e pais a quem devemos respeito e (boas) obrigações familiares; seja a educação até a maioridade ou o cuidado e atenção na velhice.
                Mesmo que você venha a desrespeitar a religiosidade de seus pais ou a falta desta em seus filhos, não deixe de anunciar amorosa e sabiamente o Evangelho de Jesus a eles. Pois os cristãos, ora, os Cristãos são cidadãos de Cristo – e não há maior amor e respeito ao mundo, e aos familiares, do que este. Jamais!

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